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Esporte de origem europeia que tem como finalidade demonstrar o trabalho diário do cavalo no campo, em um simulacro de obstáculos e situações reais

Vencer os obstáculos do percurso com eficiência e segurança. Este é o conceito resumido deste esporte que exige agilidade, entrosamento, equilíbrio entre cavaleiro e cavalo. Praticada por homens e mulheres sem distinção de idade, a Equitação de Trabalho tem sua origem em competições regionais no interior da França e Itália, mas logo se expandiu para outros países europeus.

Aberta a todas as raças, a Equitação de Trabalho ganhou unificação de regulamento em 1998, facilitando seu fomento.
Em 2005, em Roma, Itália, foi fundada a World Association for Working Equitation (WAWE), entidade que tem como objetivos o desenvolvimento, fomento e promoção de intercâmbio entre os países que praticam o esporte.
Atualmente, além das competições nacionais promovidas em diferentes países, a modalidade conta com dois desafios internacionais: o Campeonato Mundial, instituído em 2002 e realizado a cada quatro anos; e o Campeonato Europeu, instituído em 1998 e realizado anualmente.

As fases da competição

A Equitação de Trabalho é composta por quatro etapas distintas, três delas disputas individuais – Ensino, Maneabilidade e Velocidade – e a quarta por equipe, a prova da Vaca.

Ensino: é uma prova de Adestramento que objetiva demonstrar as habilidades do cavalo na realização dos exercícios, atendendo aos comandos do cavaleiro. As manobras refletem a condução necessária para o animal de lida executar as tarefas do dia-a-dia.

Maneabilidade: objetiva colocar em evidência a capacidade do conjunto superar com tranquilidade, precisão, estilo e regularidade alguns obstáculos que reproduzem dificuldades encontradas no campo. Estes obstáculos devem ser transpostos apenas ao passo e ao galope.

Velocidade: a terceira fase tem pista similar à Maneabilidade, mas precisa ser cumprida no menor tempo possível.

Prova da Vaca: fase obrigatória apenas para a disputa em equipe. Realizada numa pista retangular tem como objetivo a separação de um determinado bezerro (rês) por um cavaleiro da equipe que o conduzirá ao outro extremos da pista. Os outros três cavaleiros exercem a função de auxiliares, não permitindo que o bezerro retorne ao lote ou saia do controle do condutor.

Equitação de Trabalho no Brasil

A Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Puro Sangue Lusitano (ABPSL) foi responsável pela introdução do esporte no país em 2000.

Em 2002, o Brasil participou com sucesso do I Campeonato Mundial da modalidade realizado em Beja, Portugal. Na disputa individual, a medalha de ouro ficou com Fábio Rogério Lombardo montando Brilho do Rimo, do Haras da Prata; e o bronze ficou com Luciano Pereira Alves montando Navarro AJR, da Top Agropecuária. Na disputa por equipe o Brasil foi vice-campeão com time formado por esses dois conjuntos e mais Leandro Aparecido da Silva/Nobel do Retiro, do Haras Villa do Retiro, e Ananias Torres de Macedo/Principal do Retiro, pela Coudelaria Rocas do Vouga.

Em outubro de 2011, o Brasil voltou ao Mundial, realizado em Lyon, França, onde foi bronze no individual com Fábio Rogério Lombardo/Brilho do Rimo, e quarto por equipe com time formado por ele e mais Luís Carlos de Oliveira/Sobreiro da Cachoeirinha, do Haras Santo Ângelo, e Fábio Rogério Lombardo Junior/Único HS, também do Haras da Prata.

Outra disputa internacional aconteceu em 2015, no Brasil. O Centro Hípico de Tatuí, em Tatuí (SP) foi palco da primeira edição da Copa do Mundo da modalidade. A competição contou com participação de oito países representados por equipes formadas por dois cavaleiros que montaram cavalos Lusitanos emprestados por criadores brasileiros. No balanço, tr~es países conquistaram o ouro individual: Brasil com Luiz Carlos Oliveira/Cisne AS, Portugal com Miguel Fonseca/Ulisses do castanheiro e a França com Claire Moucabel/Xaveco Interagro. No pódio por equipe a França faturou o ouro, Portugal a prata e Brasil o bronze.

Atualmente, a Cia. de Equitação de Trabalho promove o Campeonato Brasileiro, aberto a todas as raças, mas com predominância do cavalo Lusitano. A ABPSL também tem seu próprio campeonato e ranking.