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Das caçadas a raposa na Grã Bretanha a mais popular das modalidades clássicas do hipismo

A mais conhecida e praticada modalidade do hipismo em todo o mundo, inclusive no Brasil, consiste em um percurso com obstáculos móveis com diferentes graus de dificuldade e alturas que variam de 0.80 metro (iniciantes) a 1.60 metro (Grandes Prêmios). O Salto tem como objetivo desenvolver a musculatura, a flexibilidade e a técnica para transpor obstáculos com coragem, confiança, agilidade e velocidade mostrando perfeita harmonia e total submissão ao cavaleiro.

O Salto tem origem nas famosas caça a raposa na Grã-Bretanha. Nelas, os cavaleiros, acompanhados por cães, perseguiam e capturavam a caça em campos abertos, transpondo obstáculos naturais que surgiam em seu caminho. Na segunda metade do século XIX, os ingleses resolveram criar um tipo de prova que reproduzisse as caçadas, mas que fossem realizadas em um recinto fechado e menor que os campos abertos. Para tanto, criaram obstáculos que reproduziam aqueles encontrados durante as caçadas. Era o “embrião” das provas de Salto.

Com o passar do tempo o esporte foi evoluindo, as regras se aperfeiçoando e criadas categorias conforme idade e grau de preparo técnico dos competidores.

Inicialmente os cavaleiros saltavam com o corpo na vertical e para traz tendo como ponto de equilíbrio a boca do cavalo através das rédeas e as pernas. No final do século XIX o capitão italiano Frederico Caprilli inovou a técnica de saltar, deixando a cabeça e o pescoço do cavalo livres, procurando não interferir no equilíbrio natural do cavalo durante a trajetória do salto. Mudou a posição do cavaleiro na sela, o cavaleiro com os estribos mais curtos, o corpo abaixado para frente e seguindo a mesma direção do corpo do cavalo, durante a trajetória do salto, liberando o lombo e com os calcanhares para baixo em constante contato com o corpo do cavalo e pressionando intermitentemente o ventre do cavalo com a barriga das pernas. Essa técnica foi aperfeiçoada e praticamente utilizada em todos os concursos hípicos do mundo.

O Salto no Brasil

Pioneiro entre os esportes hípicos a serem praticados no País, o Salto teve sua primeira competição em abril de 1641 quando da realização do “Torneio de Cavalaria” em Maurícea, hoje a cidade de Recife, Pernambuco.

Depois desta iniciativa, passaram-se 222 anos até o início da oficialização dos esportes equestres clássicos no Brasil que se deu em 1863 quando do nascimento da Escola de Equitação de São Cristóvão, no Rio de Janeiro (RJ), em uma iniciativa do capitão do Exército, Luiz Jacomé de Abreu de Souza.

Por muitos anos foi praticado pelas elites do eixo Rio-São Paulo até ganhar novo impulso com a criação da Federação Brasileira de Hipismo, no Rio de Janeiro, em 1935. Esta entidade inspirou a criação da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) no final de 1941.

A primeira participação de cavaleiros brasileiros no exterior foi em 1942, no Chile. Um salto maior para o esporte foi dado em 1948 quando o Brasil mandou uma equipe para as Olimpíadas de Londres, Inglaterra.

Em 1950, a CBH organizou o primeiro Concurso Hípico Internacional no Rio de Janeiro.

Nas décadas seguintes surgiram centenas de clubes e escolinhas de hipismo por todas as regiões do País. Atualmente, a CBH congrega 22 federações estaduais além da Comissão de Desportos do Exército (CDE), localizada na Vila Militar em Deodoro, no Rio de Janeiro (RJ). O Estado de São Paulo é o maior reduto de praticantes de Salto no País. Estima-se que o esporte seja praticado por mais de dez mil pessoas.

É a modalidade onde o Brasil tem o maior número de participações internacionais.

Em Olimpíadas soma 16 edições dos Jogos (de 1948 a 2016), conquistando três medalhas (ouro individual em Atenas 2004 com Rodrigo Pessoa/Baloubet du Rouet, e o bronze por equipe em Atlanta 1996 e Sidney 2000).

Nos Jogos Pan-americanos participou de 12 edições, com a conquista de 11 medalhas, sete delas por equipe (ouro por equipe em 1967 Winnipeg, 1991 Havana, 1995 Mar del Plata, 1999 Winnipeg e 2007 Rio de Janeiro; prata em Guadalajara 2011 e bronze em Santo Domingo 2003), e quatro individuais (prata com Rodrigo Pessoa/Rufus no Rio 2007, bronze duas vezes com Vitor Alves Teixeira em Havana 1991 com Zurkis e 1999 Winnipeg e bronze com Bernardo Alves/Bridgit em Guadalajara 2011).

Nos Jogos Equestres Mundiais participou das sete edições (de Estocolmo/Suécia 1990 a Normandia/França 2014), com a conquista de uma medalha, ouro individual de Rodrigo Pessoa montando Gandini Lianos em Roma 1998.